Médicos para os ricos e rezadeira para os pobres?

 Por Cimberley Cáspio

Gosto muito do youtuber Gabriel Monteiro e sempre que posso, assisto os vídeos do vereador carioca.

Médicos estrangeiros chegando no SUS...

E assistindo o tema sobre a falta de presença de médicos nos hospitais municipais do Rio de Janeiro, e somando ao meu serviço de taxista, onde também levo pacientes para fazer exames em laboratórios e hospitais, confirmo o desprezo da classe médica ao brasileiro pobre. Claro que toda regra há exceção, e há sim, alguns médicos que se dedicam a profissão que escolheram e atendem no SUS com carinho e competência, mas, grande parte da comunidade médica infelizmente, quando não atendem os pacientes, mesmo estando o médico presente na UPA, atendem com arrogância e grosseria, e também, deixam as folhas de presença assinadas mesmo para dias futuros, sem jamais comparecerem no local de trabalho. Nas UPAs e nos hospitais públicos, não estão, mas certamente estão trabalhando em seus consultórios particulares nos grandes centros urbanos, e recebendo do hospital público, sem nunca comparecer e ali trabalhar. Mas a folha de ponto está assinada.

E os erros médicos que deixam pacientes mutilados para o resto da vida, quando não mata o paciente. Nada disso é confessado pelo médico que errou e nem por seus colegas de medicina; e o paciente pobre que escapou vivo do trágico erro médico, já inválido, entra no meu táxi para fazer a perícia médica no INSS e tentar uma aposentadoria por invalidez. É triste o que tenho visto: o perito humilha, desdenha, ironiza, e no final, geralmente a resposta é não. Não podendo mais trabalhar formalmente, tenta o auxílio emergencial, que devido a dívidas que deixou por agora estar mutilado, a justiça dá o tiro de misericórdia no infeliz e bloqueia o seu auxílio. Pronto. O que ele fará a partir daí? Ele é vítima de toda essa situação, foi simplesmente fazer uma cirurgia de catarata, e por erro médico, ficou cego de vez, ou, foi fazer uma cirurgia na coluna, e por erro médico, ficou paraplégico. Nem a Defensoria Pública pode fazer alguma coisa, ninguém testemunhará contra o monstro, quer dizer, o médico. E os Direitos Humanos? É tanta burocracia que o infeliz desiste. Mas estranho que quando é para bandido a burocracia some em uma rapidez espantosa.

O pobre tem que entender de uma vez por todas, que o médico é para pacientes ricos, e que o médico dos pobres, por gerações e gerações, são as rezadeiras e parteiras, essas mulheres maravilhosas altamente capacitadas para atender todas as aflições que se fizerem necessárias, porém, não estão nos centros urbanos, estão no interior, na zona rural, na roça, em algum lugar de mata; e é necessário fazer o sacrifício de ir até essas senhoras, as quais, dão um show de medicina, onde algumas, analfabetas, só sabem assinar o nome, porém, são capazes de deixar qualquer cientista ou médico de boca aberta, ao realizar aquilo que sabem fazer de melhor, curar os males humanos. Eu disse curar, não disse fazer a manutenção da doença como a medicina atual pratica com o lema “saúde é mercado e mercado é lucro”.

Para as rezadeiras, saúde é uma missão divina.

Comentários