Uma história não tão divulgada da sociedade secreta Nakam.

Por coisasjudaicas.com – Editado p/Cimberley Cáspio

Como os judeus tentaram vingar-se do Holocausto
Foto: Christopher Furlong/Getty Images

Há 73 anos um grupo de sobreviventes dos campos de concentração alemão tentou matar 2200 nazistas detidos pelos aliados.
Em 1946, um grupo de 50 homens e mulheres juntou-se para vingar as vítimas do Holocausto. A missão da sociedade secreta, chamada Nakam (vingança em hebraico), era simples. “Matar alemães”, disse ao The Guardian, Joseph Harmatz, um dos vingadores judeus, hoje com 91 anos.

A primeira ideia foi envenenar os reservatórios de água de Nuremberg, onde aguardavam julgamento os principais oficiais nazistas detidos pelos aliados. O membro da Resistência e poeta Abba Kovner, partiu da Palestina e atravessou o Mediterrâneo, com o veneno, mas foi interceptado por tropas britânicas e detido.
O plano não era consensual porque colocava em risco a vida de milhares de alemães inocentes e, por isso, poderia colocar em causa o apoio internacional para a criação do estado de Israel.
Como os judeus tentaram vingar-se do Holocausto
Os dirigentes nazistas Hermann Göering (comandante da Luftwaffe), Rudolf Hess (braço direito de Hitler), Joachin Von Ribbentrop (ministro dos Negócios Estrangeiros do Terceiro Reich) e Wilhelm Keite (supremo comandante das forças armadas alemã) durante o julgamento de Nuremberg

Foi então colocado em marcha um plano B. Três membros do grupo infiltraram-se na padaria que fornecia pão ao campo de prisioneiros de guerra Stalag 13, em Langwasser, perto de Nuremberg, onde estavam presos oficiais nazistas.
Durante três horas, cobriram cerca de 3000 carcaças com uma camada de arsênico. O objectivo era matar, pelo menos, 12 mil agentes das SS.
“Não queríamos voltar para a Palestina sem fazer nada”, disse Joseph Harmatz. Os vingadores, como ficaram conhecidos, queriam deixar um aviso ao mundo. “Para além da justiça, eles queriam alertar o mundo que não era possível fazer isto aos judeus e passar incólume”, explicou Dina Porta, historiadora do memorial Yad Vashem, em Israel. Hoje essas ações são realizadas pelo MOSSAD.
Como os judeus tentaram vingar-se do Holocausto
O núcleo forte da sociedade secreta Naham

Mas algo correu mal. Apesar da quantidade usada de arsênico, descoberta pelos militares norte-americanos em garrafas encontradas na padaria, ser o suficiente para matar 60 mil pessoas, ninguém morreu.
Cerca de 2200 prisioneiros alemães adoeceram com sintomas, descritos pelos americanos como “similares à cólera, que incluía vômitos, diarreia e erupções cutâneas.”
Ainda hoje não se sabe o que aconteceu: ou os resistentes colocaram pouco arsênico no pão, ou os nazistas perceberam que algo se passava e não comeram a carcaça inteira. 
Independente de não terem realizado a missão por completo, a sociedade Nakam foi o embrião que mais tarde viria formar o MOSSAD, poderoso serviço israelense de espionagem global.

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