Por Cimberley Cáspio

Os remédios se misturam, porém não conseguem chegar ao paciente. O objetivo de curar a nação está de lado, enquanto outras metas seguem disputadas por diversos grupos, autoridades e instituições.
Enquanto a mãe está em perigo de morte, os filhos brigam entre si pela herança, nenhum ao lado da cama do paciente. Mas a mãe desesperada e sem forças para reagir, observa a briga dos filhos pelos seus bens materiais.
A “democracia e a estabilidade” é mais importante que a cura da nação. Mas se esquecem que sem a nação, não haverá “democracia, estabilidade” e coisa alguma.
Há bons médicos que querem se aproximar do paciente para tratá-lo, mas os filhos não permitem a aproximação de socorro, o que torna a situação do paciente cada vez mais de altíssimo risco.
A mãe não tem mais força para gritar socorro. Talvez a grave depressão consequente de arrependimento da concepção de filhos que jamais queria ter gerado. Deve ter se perguntado muitas vezes: – eu gerei monstros?
E provavelmente será enterrada sem velório. Velório para quê? No hospital não há e não haverá uma alma que se compadeça ao lado da cama.
Enfim, a corda que prende o balão está por um fio, e quando a última linha partir, olharemos o balão que se perderá nos céus e aí, não sei se teremos cabeça pra pensar que vivemos e nos sacrificamos pelo nada, priorizando a fumaça e perdendo a montanha para sempre.
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