Por Cimberley Cáspio

Em uma guerra convencional, geralmente as operações são realizadas por militares, doutrinados e obedientes à hierarquia. O que torna mais fácil o desenvolvimento de estratégia de combate e suprimentos necessários à tropa, em resumo, a organização das Forças Armadas.
Na frente, o contato direto com o inimigo, e atrás, a intendência, responsável pelo fornecimento bélico, combustível, alimentação, insumos médicos, etc.
E claro que o comando geral, tem o interesse principal na vitória, vitória essa, que trará destaque, honra e promoções. E é normal que de acordo com o grau de dificuldades de combate, haja baixas na tropa, porém, também é normal que durante o conflito, se monitore o número de baixas e avanço no teatro de operações, para se ter uma ideia se a estratégia está dando certo ou não, se as baixas estão além do que se estava previsto, o que pode criar dificuldades para o avanço do objetivo, onde então, a estratégia poderá ser refeita, ou o comandante substituído.
E a política, geralmente é desenvolvida através do primeiro escalão, entre os presidentes envolvidos, ou, entre o chefe de Estado, e o comandante antagônico.
Podemos dizer assim, que a guerra é um jogo difícil, que envolve vidas e as expõem a sacrifícios que podem chegar a graves ferimentos e morte, tanto de militares, quanto civis. Ainda mais se os antagonistas tiverem recursos. De igual pra igual.
E por ser a guerra, algo extremamente difícil de administrar, exige-se além do enorme talento do líder comandante, incluindo administrações e estratégias, obriga-se também, um centro de comando sob instituição militar. Profissionais altamente treinados, capacitados, e preparados para conflitos internos e externos, inclusive biológico.
O Brasil atravessa literalmente uma guerra biológica, com um número exacerbado de vítimas e baixas na tropa combatente, os profissionais da saúde. Sendo assim, a estratégia deveria ser revista, ou, comandantes substituídos. Mas, não há centralização de comando, os comandantes não são militares, são civis, políticos, com várias subdivisões de comando, que além de não terem compromissos com a hierarquia, de igual modo não tem com a disciplina, e não se sentem ameaçados por qualquer punição devido o fracasso, onde um fala uma coisa e outro fala outra coisa, usando cada um, estratégia isolada E nesse caso, a essência pura da vitória, não existe, a não ser que traga junto benefícios políticos, independente das percas de vidas. Não existe o sentimento de família como acontece na tropa, onde o sofrimento de um companheiro de combate, reflete emocionalmente na cadeia de comando.
Pode-se dizer, não é uma guerra convencional contra um exército inimigo, mas é uma guerra real contra um vírus poderoso e mortal, além de uma guerra fria contra a oposição política, algo que deveria ser administrado e comandado por militares e não por civis.
Os militares tem regras a serem cumpridas, ainda mais em estado de guerra, diferente de civis, que não tem o treinamento, preparo e capacidade de administração de combate convencional, ou biológico. E onde não há controle logístico.
E pelo número excessivo de afastamento dos profissionais de saúde, e morte entre eles e pacientes, com certeza, posso dizer que a estratégia, ou, estratégias, pois os comandantes são vários, está errada. Não quero nem apontar as causas.
E a tendência? Bem, exército dividido não ganha guerra.
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