Hoje nos escondemos em casa. Mas o que garante que não voltaremos a morarmos em cavernas?

Por Cimberley Cáspio

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Será que estamos vivendo a realidade do filme “Impacto Profundo”, produzido em 1998 por Steven Spielberg? Para muitos, de que adiantou guardar, economizar, e poupar? As trincheiras mortais de Manaus, respondem de forma radical esse questionamento.
Cavam-se covas às pressas, pois a quantidade de mortos que chegam ao cemitério municipal de Manaus, é anormal, trágico, e assustador. Nem as famílias podem se despedir daqueles que partem. E cada família atingida, também torna-se suspeita de contaminação, condenada ao isolamento.

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Será que assim como no filme “Impacto Profundo” voltaremos um dia a vivermos em cavernas? Selecionando quem ficará para morrer e quem sobreviverá?
Embora muitos estejam sendo curados, o coronavírus ainda segue varrendo vidas pelo planeta, denunciando um apartheid mundial covarde praticado de forma simultânea refletido através dos que tem mais, dos que tem menos, e dos que não tem nada. Sempre foi assim, em todo o lugar.

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E agora? Ricos e pobres estão sendo levados, arrastando nessa enchente economias e poupanças que deveriam ser usadas em prol da vida com alegria e intensidade.
Gastar aonde e com o quê? Se tudo está fechado, negócios interrompidos, multinacionais quebrando, desemprego, ricos ficando pobres, orgulho e vaidades que de nada valeram.
O coronavírus está mostrando o quanto somos frágeis; e nossos empreendimentos são nada mais que uma casa de papel ou um castelo de areia.

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Empresas que ainda não quebraram estão na beira do abismo, a metros da queda fatal.
Mas parece que a dose mortal aplicada pelo evento biológico que até agora levou mais de 1 milhão de vidas na Terra, ainda não foi suficiente para abrir a consciência de muitos em relação a fragilidade da vida humana, onde a humildade continua longe.
Pergunto: qual a razão que justifica aqui no Brasil que o pobre por ser pobre, tem que receber pelo seu trabalho, um falso salário mínimo por décadas e décadas? Digo falso salário mínimo devido Constituições mudarem e a lei ali permanecer dizendo que o salário mínimo tem que cobrir despesas de moradia, alimentação, vestimenta e saúde, quando o falso salário mínimo não suporta o pagamento de uma compra no supermercado para abastecer o suprimento de uma família para um mês. E independente do que diz a Constituição, com a lei às claras, a pratica desse pagamento ilegal continua mantida.
E o mais incrível é que trabalhadores terceirizados que exercem serviços gerais dentro dos prédios da justiça, recebem o falso salário mínimo; e no interior da instituição que deveria dar o exemplo e não permitir tamanha ilegalidade.

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Então, se seguir pela ordem mundial atual, a justificativa de se pagar um salário ilegal, dizendo que é o salário mínimo nacional, tem o fundamento baseado de que ser pobre e pior ainda se for negro, é a razão de não ter direito à vida, somente a sobrevida?
E a razão do estado de riqueza devido a prática do roubo, principalmente dos direitos e heranças dos menos favorecidos? Quantos ficaram ricos no século passado se aproveitando do analfabetismo se apropriando indevidamente dos direitos daqueles que não sabiam ler e escrever? Faço minhas as palavras de Henry Kissinger, há que ter uma nova ordem mundial, uma nova forma de viver e tratar os semelhantes.
Quando tristemente chegamos em uma situação que cada um tenta sobreviver como pode. Lutando entre lobos para não ser devorado.
Outros desdenham o perigo achando que a normalidade segue os princípios do ir e vir, comprar e vender, sem que nada pode, ou vá acontecer.
Enfim, hoje podemos nos esconder em casa, mas o que garante que nunca voltaremos a morarmos em cavernas? Será para esse castigo que caminha a humanidade?

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