Em meio a pandemia de coronavírus, os filhos dos governantes da Venezuela estão festejando e causando indignação e contágio.
Por EL UNIVERSO – Editado p/ Cimberley Cáspio

As ilhas Los Roques são um oásis no Caribe venezuelano
Uma semana de festas, sexo e drogas. Assim foram os dias badalados pelos filhos da elite chavista na Venezuela em meio à pandemia de coronavírus COVID-19 que afeta o país, já agravado pela crise econômica e política.
O local escolhido foi uma ilha no Caribe venezuelano, com praias de areia branca e mar cristalino, acompanhados de prostitutas que trouxeram da Europa e cantores de reggaeton. Algo que causou indignação em muitos habitantes do país.
Os participantes foram vários dos chamados bolichicos, filhos daqueles que fizeram fortuna com a “revolução bolivariana”. O próprio Nicolás Maduro, que governa o país com o apoio das Forças Armadas, foi quem disse em uma intervenção em 20 de março que havia uma festa “em uma ilha e praticamente todo mundo” estava com resultado positivo para coronavírus.
No entanto, depois que as fotos da festa foram divulgadas, Maduro – para quem um tribunal dos Estados Unidos ofereceu uma recompensa de US $ 15 milhões por narcotráfico – os defendeu dizendo que era apenas uma festa, e que essas pessoas não sabiam que estavam doentes.
Na Venezuela, como aconteceu em outros países, ironicamente é difícil para os jovens – especialmente aqueles com recursos – encerrar as festividades nos primeiros dias da epidemia. Acontece que muitos deles também foram infectados em viagens ao exterior.
E com o vírus espalhando, os mais atingidos são os pobres, uma vez que seus empregos e fontes de renda são mais lentos, eles não têm dinheiro para procurar atendimento privado e precisam ir a hospitais públicos, que no caso da Venezuela com a economia destruída, já faltam suprimentos e insumos hospitalares antes mesmo da pandemia.
Cinco milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos devido a crise econômica e política.
Duas fontes disseram que tais famílias estavam em Los Roques, um oásis ao qual apenas pessoas com dinheiro podem participar, no meio da crise, e que foi organizado por empresários ligados ao governo, segundo uma publicação da AP.
Essas fontes estiveram em outras partes do mesmo grupo e frequentemente estão em contato com vários dos que participaram da polêmica reunião em que nomes como Jesús Amoroso, filho do principal funcionário anticorrupção de Maduro e que também foram sancionados pelos Estados Unidos.
Fotos de Amoroso também circularam em redes com artistas como Zion e Justin Quiles, que mais tarde disseram que estavam em Los Roques para gravar um videoclipe e não na festa.
Um morador local disse que uma das meninas da festa tinha o vírus e as outras não tinham noção do que estava acontecendo no mundo.
Até na sexta-feira, nove pessoas morreram na Venezuela devido ao coronavírus e mais de 170 foram infectadas, segundo dados oficiais.
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