Por Guilherme Mazui, G1 – Editado p/Cimberley Cáspio
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O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, informou que a construção de uma linha de transmissão de energia entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) será acelerada.
O porta-voz fez o anúncio após reunião do Conselho de Defesa Nacional, comandada pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. O Conselho de Defesa Nacional é um órgão de consulta do Presidente da República para assuntos relacionados à soberania nacional e à defesa do Estado democrático.
A construção do linhão do Tucuruí tem, segundo ele, previsão de durar cerca de três anos e ligará o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que evitará a atual dependência de energia importada da Venezuela.
Roraima é o único estado brasileiro que não compõe o Sistema Interligado Nacional (SIN) e, por isso, importa energia da Venezuela.
Rêgo Barros afirmou que o conselho identificou que a obra, chamada de linhão do Tucuruí, se enquadra no “escopo da soberania e da integridade nacional”.
“O linhão de Tucuruí foi considerado pelo Conselho de Defesa Nacional uma obra que está dentro do escopo da soberania e da integridade nacional. O que significa isso? Que o processo de construção será acelerado”, disse o porta-voz.
Rêgo Barros declarou que os aspectos relativos a questões ambientais serão considerados para a construção da obra, e que o empreendimento estará em “um bojo maior”, o da “soberania nacional”, com intuito de levar energia produzida no Brasil a Roraima.
Ele ressaltou que a ideia do governo não é a de “cortar etapas” do licenciamento ambiental da obra, mas sim de “acelerar o processo”. Segundo o porta-voz, durante a reunião do conselho, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deu um panorama sobre as licenças ambientais da obra.
“[O ministro] Nos adiantou que elas [as licenças] estarão concluídas em um prazo tão curto quanto o possível, para que, segundo as informações que nós recebemos do ministro de Minas e Energia [Bento Albuquerque], tenhamos já a partir de 30 de junho a possibilidade de efetivamente iniciarmos a obra”, afirmou Rêgo Barros.
O porta-voz destacou que a obra está há oito anos no “nível do planejamento”. Em 2011, segundo ele, a previsão era concluir a linha de transmissão em 2015. Ele citou “entraves burocráticos” como motivo para o atraso na obra.
“Aspectos que entravam desde 2011, questões ambientais que estão a ser solucionadas pelo meio ambiente e, eventualmente, questões da área indígena, iremos por sempre consultá-los, mas obviamente o interesse da soberania nacional tem que ser imagino acima de determinadas questões que venham a entravar esse processo”, afirmou.
Linhão do Tucuruí
A construção da linha de transmissão entre Manaus e Roraima, conhecida como Linhão do Tucuruí, pode fazer com que Roraima pare de sofrer com os constantes apagões. Ao ser concluída, a obra liga Roraima ao abastecimento de energia do restante do Brasil.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Roraima teve 2018 um número recorde de apagões: 85 blecautes, sendo que 72 foram decorrentes de falhas na linha de transmissão da Venezuela.
O acionamento de usinas termelétricas no ano passado para suprir falhas na linha de transmissão que abastece o estado de Roraima com energia da Venezuela custou R$ 597 milhões aos consumidores de todo o país, conforme a Aneel.
E a proposta do edital para contratar energia para Roraima, já aprovada pela Aneel, está com leilão previsto para 31 de maio. O objetivo do leilão é substituir a energia importada da Venezuela, que foi cortada, devido o rompimento diplomático do Brasil com Nicolás Maduro, presidente atual do país caribenho, na crise formada pelo apoio do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, a Juan Guaidó, como presidente legítimo da Venezuela.
E enquanto isso, o preço na conta de luz, dispara.
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