O que se sabe até agora em relação ao vazamento de óleo no nordeste? Nada. E quer saber? Ninguém quer saber.

Por Cimberley Cáspio
Gaivota coberta por óleo após acidente na plataforma de petróleo no Golfo do México. East Grand Terre, Louisiana, 4 de junho de 2010
Getty Images
Nada mais se falou sobre o vazamento de óleo que danificou praticamente todo o meio ambiente no nordeste do Brasil, além de matar vários animais da fauna marinha.
Quem causou o vazamento e deixou um prejuízo de bilhões de dólares agora é indiferente. Não há mais interesse no assunto, e o hediondo crime ambiental na verdade passou batido.
Por que o interesse em abafar o assunto? Por que parou a investigação? Coisa estranha! E coisa estranha é o que mais acontece no Brasil. Crimes em que a investigação é totalmente paralisada pelo poder.
E se começa a chegar a um denominador comum, ameaçando revelar crimes praticados por membros ligados ao poder, imediatamente acontece uma reformulação e mudanças são praticadas de imediato, não só nos comandos dos órgãos e instituições como também na própria legislação. E tudo de forma rápida, fatos totalmente anormais em relação ao andamento de processos e projetos de interesse público.
Mas quem causou o vazamento de óleo? Veio da Venezuela, do navio grego, ou falha no pré-sal? Bem, quem ficou no prejuízo mesmo foi o meio ambiente, os empresários que ganham dinheiro com o turismo nessas áreas, e os empregados ligados a essas empresas que não puderam trabalhar.
A pergunta que não quer calar: alguém foi indenizado? Empresários, empregados e proprietários afetados pelo evento? Não. Ninguém até agora. E provavelmente nem será.
Mas os impostos são cobrados com rigor. Quem deve, ou paga, ou tem os bens bloqueados; mas tem que pagar. E quando a situação é o contrário, nesse caso específico, o prejuízo do povo é certo, que digam, Mariana e Brumadinho.

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