Usinas nucleares. Criamos monstros que não podemos mais descartar.

Por Cimberley Cáspio
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Usinas Angra 2 (à esquerda) e Angra 1 (à direita); os reatores, onde a energia nuclear é gerada, ficam dentro das estruturas brancas – Foto: ELETRONUCLEAR
Há quem diga que a energia nuclear e o pré-sal, são sistemas ainda não totalmente dominado pelo homem. Em uma situação de desastre, dependendo do grau de magnitude do problema, estamos ferrados.
No caso da usina nuclear, há processos sobre corrupção, e entre esses processos, um deles, envolve o ex-presidente da Eletronuclear, vice-almirante Othon Silva, natural daqui de Sumidouro, município vizinho a Duas Barras, e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez no âmbito das obras da usina nuclear de Angra 3.
Houve corrupção, é fato. E se corrupção significa roubo, a pergunta que não quer calar: as obras seguiram as regras de segurança como tem que ser? Como confiar em empresas cúmplices de crimes? O governo e a mídia deveriam pelo menos uma vez ao ano, divulgar os processos de segurança das usinas, inclusive sobre o lixo nuclear. Como estão armazenados? Qual o grau de segurança? Não se pode esperar um desastre para que o público possa enfim, obter informações sobre o complexo nuclear. E longe também de querer isso. Mas as informações anuais sobre a segurança das usinas, o reator, o lixo nuclear, precisam ser divulgadas. Se empresas envolvidas em roubo, trabalharam no complexo das usinas, por que somos obrigados a confiar?
Pagamos a gasolina mais cara do mundo. Então a pergunta: pra que serve a PETROBRAS? A mesma pergunta: pagamos taxas de energia elétrica caríssimas. Qual a utilidade da usina nuclear? Assim como a PETROBRAS, as usinas nucleares também são elefantes brancos, inúteis e que pra nada prestam. Desde que as usinas nucleares foram construídas, em nada beneficiou o Brasil em energia elétrica para a população, continuamos pagando caro nas contas que chegam em nossas casas. E nada nos é informado sobre o dia a dia dessas usinas. Queremos saber sobre segurança; radioatividade, reator, lixo nuclear e descarte do material radioativo. A PETROBRAS ainda pode ser vendida, mas, e as usinas nucleares?
Se as usinas nucleares fossem alternativas ao barateamento da energia elétrica e pagássemos contas com valores menores significativos, mesmo não sendo a favor da energia nuclear, aceitaria a sua existência. Mas, em nada ajuda o povo brasileiro.
E a verdade é que o povo brasileiro está cansado de ser explorado. Pagar, pagar e pagar, e paga caro. Não há um alento nas contas, nas dívidas. E não há razão, fundamento para se pagar uma conta de luz tão cara. Se a energia nuclear não pode alternar e aliviar essa carga popular sobre a energia consumida nos lares brasileiros, qual a serventia daqueles monstros em Angra dos Reis? E o pior, mesmo que o governo quisesse, não há mais como descartar, o descarte nuclear é complexo e perigoso demais.
Por outro lado, além dos inúmeros impostos e taxas embutidas na conta de luz, ainda pagamos mais pelas “bandeiras amarelas e vermelhas”. Não sabemos como e por que essas bandeiras mudam. Os argumentos da ANEEL são os mesmos, fracos e antigos, e mudam as bandeiras ao seu bel prazer, mas os valores pagos estão pela hora da morte. E onde entra a usina nuclear para aliviar essa questão? Tá, vamos fazer então a bomba atômica? Aonde serão armazenadas? E como não vamos usar mesmo, lá no futuro, como vamos descartar essas bombas? Caímos mesmo foi em uma armadilha. Criamos um monstro que não podemos mais descartar, e anualmente o orçamento para manutenção e segurança das usinas só cresce. Mais bilhões de reais dos brasileiros jogados no lixo, ano a ano, sem nenhuma possibilidade de descarte.

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