Vazamento de óleo no nordeste: a imprensa independente descobriu a nossa mentira. Desculpa aí Maduro!
Por Cimberley Cáspio - opinião

O governo do Brasil está vendendo participação na riqueza do seu petróleo. O megaleilão está marcado para 6 de novembro. E claro, o “vendedor”, quer atrair e agradar cada vez mais o cliente. E o que o “vendedor” espera arrecadar com essas vendas é uma cifra de bilhões de reais. E com bilhões de reais em jogo, nada pode estragar essa venda, venda certa, em que os clientes estão mais do que interessados e confirmados. E outras participações já foram também vendidas. O negócio do petróleo é uma mina de ouro.
No entanto há uma pedra no sapato, um megavazamento de petróleo no mar destruindo o meio ambiente marinho em praticamente toda a costa nordeste. Com certeza o governo sabe a causa e conhece os responsáveis pela tragédia, mas, as participações na venda do petróleo brasileiro não podem ser interrompidas, bilhões de reais estão em jogo. Estados e municípios precisam da concretização do negócio, afinal, todos irão ganhar quantias significativas em royalties, e de repente o causador ou causadores do desastre ambiental é um comprador em potencial, e aí não vale a pena arriscar um bilionário negócio com manchetes espetaculares sobre o vazamento e processar quem sabe, um provável bilionário participante que já confirmou presença no megaleilão.
E o momento é sensível e não pode de maneira nenhuma azedar. Não podemos fazer algo que possa chatear o cliente, como por exemplo, ter o seu nome estampado negativamente nas manchetes e ser processado pelo vazamento de óleo. Claro que se isso acontecer, ele sai do círculo de compradores do leilão e o “vendedor” perderá bilhões de reais, que é pior do que ver todo o meio ambiente destruído. E por outro lado, sabemos que a natureza se refaz, mas o dinheiro não. Podemos esperar a natureza se recuperar, mas o dinheiro não, precisamos dele agora, quer dizer, nós, a elite, e não esse povo brasileiro burro e idiota.
E tendo dinheiro, por que se preocupar com praias do nordeste se existem as praias gregas?
E se perder esse negócio, todos perdem, estados e municípios. E claro, mesmo os federados atingidos pela tragédia ambiental não vão se manifestar quanto a querer saber quem causou o vazamento de óleo e muito menos ainda pensar em processar. Se o “vendedor” perder, perde todo o mundo. E perder bilhões de reais em participações na riqueza do petróleo do otário povo brasileiro não é opção. Nem União, estados e municípios vão querer abrir mão dessa grande oportunidade.
A droga é que esse acidente aconteceu agora, no momento em que a venda das participações está acontecendo, e sendo um sucesso de arrecadação. Então, que cada governador ou prefeito de uma federação ou município atingido, que arrumem voluntários, como aposentados, pessoal de ongs, comedores de mortadela, e dá uma disfarçada fingindo que está preocupado e fazendo alguma coisa, se for preciso para convencer, chora diante das câmeras de televisão por uma tartaruga ou um golfinho morto. Põe a imprensa local para tirar umas fotos com os voluntários otários, e é isso. O que não pode é criar problema para estragar o negócio. Os clientes estão aqui: Exxon, Petrobrás, Repsol, wintershall, Petronas, QPI, Chevron. E pelos valores expressivos de royalties em jogo, situação e oposição ficarão quietinhos e jogarão conforme as regras do capitalismo.
Tentamos culpar a Venezuela pra tirar o nosso da reta. Mas não deu. A imprensa fora do nosso controle já descobriu a mentira, então, a estratégia agora é manter a coisa em banho maria e não agitar o povo. Maduro, desculpa aí.
Eles não ligam para nossas vidas, o exemplo está no travamento ainda das ações em favor das vítimas das barragens em Minas Gerais. Até hoje, boa parte dessas vítimas ainda estão esperando o ressarcimento do prejuízo causado pelo sistema.
* Não faço minha estas palavras. Apenas imagino como eles devem falar e pensar sobre nós nos bastidores das agências responsáveis. Realmente devem pensar mesmo que somos um povo burro e otário. Então no texto, escrevi como imagino o pensamento deles. Não são minhas palavras e nunca serão. A intenção é mostrar como somos desprezados, a nossa terra e o nosso meio ambiente.
Eles não ligam para nossas vidas, o exemplo está no travamento ainda das ações em favor das vítimas das barragens em Minas Gerais. Até hoje, boa parte dessas vítimas ainda estão esperando o ressarcimento do prejuízo causado pelo sistema.
A intenção do artigo é mostrar como o poder está distante de nós.
E aos voluntários que trabalham tentando minimizar o estrago causado pelo desconhecido, tem todo o meu louvor, participação e colaboração. Mas os bastidores do poder não pensa como nós, o povo. – Cimberley Cáspio –
Reuters: o assunto da origem do óleo está marcado como segredo de Estado. Editado p/Cimberley Cáspio
A origem do petróleo continua sendo um mistério, com o governo e especialistas sugerindo várias teorias. Nesta sexta-feira, a Petrobras disse que o óleo foi produzido em 3 campos de exploração venezuelanos, mas não há informações sobre como ele chegou ao litoral brasileiro.
No início, alguns pensavam que o óleo poderia ser resíduo da lavagem do tanque de um navio no mar. Mas o governo agora considera isso improvável com base na quantidade de petróleo, disse uma fonte familiarizada com o assunto à Reuters.
Outros especularam que poderia ser um naufrágio, possivelmente um navio antigo no fundo do mar que corroeu a ponto de o tanque de óleo vazar.
Uma teoria proeminente é de que o petróleo é resultado de uma transferência “navio a navio” que deu errado. Nessas transferências, o petróleo é canalizado entre os navios no mar com uma mangueira e outros equipamentos.
Se uma mangueira rompesse à noite durante uma transferência e ninguém percebesse, poderia levar de 20 a 30 minutos para injetar 600 toneladas de petróleo no oceano – a quantidade coletada até o momento – dependendo da taxa de transferência, estima Alexandros Glykas, diretor administrativo da consultoria de gerenciamento de risco navio a navio DYNAMARINe.
Ainda assim, Glykas disse que é difícil provar que é de navio a navio sem evidências físicas, como equipamentos usados no oceano ou registros relevantes de prestadores de serviços de navio a navio.
O QUE O ÓLEO MOSTRA?
A melhor evidência disponível é de testes de laboratório de amostras de óleo.
Um relatório inicial da Petrobras indicou que as amostras compartilhavam as mesmas propriedades que o petróleo venezuelano. A Marinha também realizou uma análise que confirmou que o petróleo era venezuelano.
Mas autoridades do governo brasileiro dizem que isso não significa que a Venezuela seja responsável. O governo da Venezuela e a empresa estatal de petróleo PDVSA negaram qualquer envolvimento no vazamento.
A Reuters não pôde verificar as descobertas, pois nenhum relatório foi tornado público. Duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram que os documentos foram marcados como segredos de Estado, embora não esteja claro o motivo.
A Universidade Federal da Bahia, um dos Estados afetados pelo vazamento, realizou seu próprio estudo concluindo que o petróleo era venezuelano, disse Olivia Oliveira, pesquisadora envolvida no estudo.
A densidade e o teor de enxofre do óleo, que podem ajudar na identificação de sua fonte, são mais difíceis de confirmar devido à quebra do óleo, uma vez que fica na água do mar por meses. A pesquisadora se recusou a fornecer uma cópia do relatório da universidade, dizendo que ele havia sido fornecido à polícia e aos promotores federais e continuava parte de uma investigação em andamento.
Comentários
Postar um comentário