Acusado de receber parte dos salários dos funcionários do gabinete, vereador tem mandato cassado.
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Por Lucas Henrique Gomes – O Tempo
Cláudio Duarte teve mandato cassado Foto: Cristiane Mattos/ O Tempo
A Câmara Municipal de Belo Horizonte cassou nesta quinta-feira (1º) o
mandato do vereador Cláudio da Drogaria Duarte, do PSL de Belo
Horizonte . Essa é a primeira vez na história em que um parlamentar foi
cassado pelo Legislativo da capital.
A
votação foi unânime, todos os 37 vereadores que apreciaram o relatório
de cassação elaborado por Mateus Simões (Novo) votaram de acordo com o
texto. Cláudio Duarte, que acompanhou a sessão por determinação da
Justiça, não votou. Flávio dos Santos (Podemos) e Preto (DEM) foram os
ausentes da sessão, enquanto a presidente Nely Aquino (PRTB) não votou
por força do regimento.
O relatório do correligionário de Romeu Zema optou pela cassação por
entender que o denunciado incorreu em infrações
político-administrativas caracterizadoras de quebra de decoro
parlamentar, pela prática de “rachadinha”, que é a exigência de repasse
de parte da remuneração de assessores, além da apresentação de versões
contraditórias em depoimentos prestados perante a Polícia Civil e a
Comissão Processante da Casa, “evidenciando a inveracidade de uma delas
e, por fim, pela própria prisão”. Outra acusação que caía sobre Duarte,
que era a de ameaça a um ex-assessor foi rejeitada no texto de Mateus
Simões.
Conforme noticiou O TEMPO, Cláudio Duarte estava
proibido de frequentar a sede do Legislativo belo-horizontino desde o
último dia 13 de julho, quando passou a ser monitorado por tornozeleira
eletrônica. Entretanto, a 4ª Vara Criminal de Belo Horizonte permitiu
que o parlamentar fosse à Casa na última sessão da Comissão Processante,
que ocorreu na terça-feira e durante o plenário desta quinta.
Abatido,
Cláudio Duarte cogitou a possibilidade de renunciar ao cargo enquanto
acontecia a sessão, mas o possível acordo foi rejeitado por outros
parlamentares. Como na eleição do ano passado Duarte ficou como suplente
da chapa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, se ele renunciasse
poderia permanecer com a suplência, o que não ocorreu com a cassação.
Ao
longo das 3h30 de sessão doze vereadores usaram o pinga-fogo para
abordar a cassação do colega. Cláudio Duarte preferiu não se defender no
microfone e deixou a função para o advogado dele, Vicente Rezende.
Por
mais de 50 minutos o defensor questionou ponto a ponto do relatório
elaborado por Mateus Simões e tentou desconstruir a ideia de duas
versões diferentes de depoimentos prestados. Rezende também argumentou
que ainda não existe uma denúncia recebida pela Justiça em relação ao
processo. “O meu cliente não é réu confesso e, no momento, sequer é réu
em processo que tramita na Justiça”, disse.
O advogado defendeu
a tese de que não houve a prática de “rachadinha” no gabinete e que o
seu cliente foi preso por “calúnias” da imprensa.
Após a votação final, Mateus Simões disse que cumpriu o papel dele
ao pedir a cassação e que a Câmara fez o que deveria ter sido feito.
Já a saída de Cláudio Duarte refletiu a melancolia. E saiu pela porta dos fundos.
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