Por Cimberley Cáspio

É claro que os militares que tomaram o poder em 64 eram diferentes dos militares de hoje. Muitos que estavam no poder da República brasileira em 64 eram veteranos da 2ª guerra mundial na Europa, e a doutrina militar era totalmente distinta da doutrina atual.
Os militares brasileiros que enfrentaram o frio, o sofrimento, e a morte brutal no cenário italiano durante a 2ª guerra, valorizavam o fardamento que usavam e matavam ou morriam em prol do melhor pelo Brasil e pela família brasileira. Não admitiam traidores, fossem eles militares ou civis, e não admitiam a imoralidade nas casernas. O exemplo tinha que vir de cima e a rigidez operava para que o moral da tropa fosse respeitado por todo brasileiro em toda República.
Com a falta da atividade da guerra, o sofrimento e a memória foram esquecidos e a cabeça ficou desocupada, dando lugar a vaidade e ao individualismo. Com isso, a força moral militar enfraqueceu e o respeito público foi por água abaixo, desapareceu.
No espaço vazio, as forças inimigas domésticas, se aproveitaram e se fortaleceram a ponto de formarem um exército totalmente capacitado e agora difícil de ser combatido; aumentando a capacidade bélica quanto também politicamente, com tentáculos em todos os órgãos de governo e religiosos. E com o enfraquecimento do moral pessoal e político das Forças Armadas, as mesmas estão passando um dobrado, ou seja, estão se mantendo na superfície com extrema dificuldade como se querendo dizer que ainda existe, e que pode recuperar o respeito nacional perdido. Ou seria um navio desesperado querendo chegar a um porto seguro?
Enquanto no passado, andar fardado era um orgulho, hoje, fora de serviço, faz-se de tudo para esconder a farda e também a identidade. Por que isso? A falta de atividade da guerra, o sofrimento desconhecido do campo de batalha e a fibra e a raiva do guerreiro que desapareceram. A zona de conforto e o pacifismo foi a armadilha em que caímos e agora estamos presos no cenário da imoralidade e do retrato da covardia.
Até mesmo dentro da instituição militar, oficiais se preocupam mais com o luxo e o seu bem-estar do que a missão que verdadeiramente lhes cabe, que é servir ao país e ao povo brasileiro.


À frente, os coroneis Roger Herzer e Mario Flávio Brayner, acompanhados das esposas e outros coronéis, durante um passeio de barco por Paris. Foto: Reprodução/Facebook – Intercept-Brasil
E enquanto parte da cúpula militar passeia pelo exterior visitando a Europa com familiares, o inimigo doméstico vai ganhando terreno de forma expansiva levando terror e caos a população e impondo inclusive autoritariamente até toque de recolher. O comércio fecha e o transporte para de circular.
E enquanto parte da cúpula militar passeia pelo exterior visitando a Europa com familiares, o inimigo doméstico vai ganhando terreno de forma expansiva levando terror e caos a população e impondo inclusive autoritariamente até toque de recolher. O comércio fecha e o transporte para de circular.
E é possível que em um determinado tempo, o governo oficial tenha que fazer até mesmo um acordo com o governo paralelo que já existe, a fim de evitar um número maior de sofrimento e morte; afinal de contas, a cabeça vazia, a zona de conforto e o pacifismo, permitiram que o gênio do mal saísse da garrafa, e só com muito, mas muito sofrimento mesmo, ele possa ser recolocado no lugar de onde veio. Mas com tanta covardia, vaidade e individualismo, o acordo não seria em prol do Brasil, do povo e da família brasileira, e sim, pela própria vida, do bom salário, da família em particular, e uma boa aposentadoria. Salvo as exceções, que são poucas.
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