Na quinta-feira, o Grupo Bilderberg – o secreto clube da elite global – vai iniciar uma reunião de quatro dias a portas fechadas na Suíça.

Por BBC – Editado p/Cimberley Cáspio
Não importa quais jornais você leia, canais de TV que você assista ou rede social que você use, provavelmente será impossível ler relatos sobre esse encontro, porque nenhum jornalista vai presenciar a conferência – eles são todos proibidos de entrar.

Um soldado do exército austríaco fica ao lado de uma estação de radar móvel
As reuniões do Grupo Bilderberg, como essa na Áustria em 2015, são protegidas por forte esquema de segurança – Getty Images

Será uma reunião de quatro dias a portas fechadas em um resort de luxo em Montreux, na Suíça.
O grupo tem cerca de 130 líderes políticos de elite – e há entre os convidados figuras importantes da indústria, finanças, academia e da mídia.
Entre os convidados americanos estão Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump, Satya Nadella, CEO da Microsoft, Eric Schmidt, ex-presidente do Google, o bilionário Peter Thiel, fundador do PayPal, e o ex-secretário de Estado Henry Kissinger.

Jared Kushner atrás de Donald Trump
Jared Kushner, genro do presidente americano Donald Trump, participará do Grupo Bilderberg – Reuters

Os participantes de outros países são tão proeminentes quanto os americanos.
Mas não são apenas figuras que já estão no topo da economia e do poder. Há também gente que está subindo nessa trajetória.
É um grupo tão poderoso que depois que Bill Clinton compareceu a reunião em 1991, foi indicado para concorrer às eleições para presidente dos EUA e saiu vitorioso.
Do mesmo modo aconteceu com Tony Blair, 1 ano depois de participar da reunião do Grupo Bilderberg, foi eleito líder do seu partido e 2 anos depois, primeiro-ministro da Grã-Bretanha.

Tony Blair
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, foi a uma reunião antes mesmo de ser líder de seu partido

Os teóricos da conspiração acusam o Grupo Bilderberg de tudo: desde criar deliberadamente crises financeiras até planejar matar 80% da população mundial.
A longa e misteriosa história do Grupo Bilderberg explica em partes as fortes acusações que ele atrai.
O primeiro encontro ocorreu em 1954, com o objetivo de reforçar as relações entre os EUA e a Europa e impedir outro conflito global depois da Segunda Guerra Mundial.
Desde então, tudo o que é dito no encontro fica em segredo. E o método se repete há décadas.
Nenhum jornalista é convidado, nenhum comunicado é enviado à imprensa após a conclusão das reuniões e a organização mantém apenas um site básico que parece ter sido desenvolvido nos anos 1990.
Os teóricos da conspiração têm um argumento razoável, diz o professor Andrew Kakabadse, coautor do livro Bilderberg People.
O grupo tem um poder genuíno que supera de longe o Fórum Econômico Mundial, que se reúne em Davos, argumenta ele. E como o encontro é secreto, é fácil entender por que as pessoas estão preocupadas com sua influência.
No evento, a agenda, que reúne elites políticas tanto da direita quanto da esquerda, mistura-se a um ambiente descontraído e luxuoso.
O tema de Bilderberg é reforçar um consenso em torno do capitalismo ocidental do livre mercado e seus interesses em todo o mundo, diz Kakabadse.
“O Grupo Bilderberg propõe uma ideia de um governo mundial único? Em um sentido sim. Há um movimento muito forte para ter um governo mundial único nos moldes do capitalismo ocidental de livre mercado”, afirmou Kakabadse.

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