“Aos amigos, os favores e benefícios; aos inimigos, o rigor da lei.”

Por Cimberley Cáspio

Bombeiros trabalham no resgate de vítimas
Bombeiros trabalham no resgate de vítimas 
na Muzema, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio de Janeiro – Marcio Mercante / Agência O Dia
 

“Crea responsabiliza omissão do Poder Público por desabamento no Rio.” Tânia Rego – Agência Brasil
“MP ajuizou ação contra a prefeitura do Rio de Janeiro contra o condomínio que desabou.” Fernando Frazão – Agência Brasil
A prefeitura do Rio de Janeiro alega também que não autorizou a obra que levantou o prédio que desabou. Enfim, há provas de que autoridades estamos bem. As instituições que deveriam fazer o dever de casa não fizeram, poder para isso tinham, mas não fizeram. O resultado foi o desabamento do prédio, 8 mortos e 17 desaparecidos até agora.
Então, o jogo do empurra está estabelecido. As autoridades constituídas não impediram que o problema fosse gerado e agora não assumem as consequências de suas incompetências e fazem a fila do “eu nada tive a ver com isso, a culpa é de quem está na frente.”
A Lava Jato tem mostrado de que quando o combate é de poderosos contra poderosos, a ação é tímida; e muitas das vezes, entra o compadrio para aliviar a tensão e quem sabe, manter oculto obscuridades de olhares públicos.
Com as devidas exceções, quando a obra que está sendo erguida é do Zé ninguém, o CREA e a prefeitura embargam mesmo, se for essa a questão. E não adianta o Zé ninguém tentar seguir a obra em desobediência, será processado, condenado, e a obra pode ser até demolida.
Mas quando a obra é constituída mesmo de forma ilícita por poderosos, o tratamento das autoridades é totalmente diferente, como observamos na Lava Jato. E se há consequências como houve consequências trágicas, ninguém se responsabiliza e empurra a responsabilidade para o outro. Ninguém quer ser o pai da criança.
Não acredito em uma mudança e acho que a coisa vai continuar assim. “Aos amigos, os favores e benefícios; aos inimigos, o rigor da lei.”

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