Águas do Brasil: somos abençoados ou um alvo sedutor?

Por João Lara Mesquita – Mar Sem Fim – Editado p/Cimberley Cáspio
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Durante Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), foi estimado que a Amazônia tem um oceano subterrâneo. A reserva de água tem volume de cerca de 160 trilhões de metros cúbicos.
3,5 vezes maior que o Aquífero Guarani
O volume é 3,5 vezes maior do que o do Aquífero Guarani. Este depósito de água doce subterrânea que abrange os territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e Brasil. Ele tem 1,2 milhão de quilômetros quadrados (km2) de extensão.
De acordo com a equipe, a reserva subterrânea representa mais de 80% do total da água da Amazônia. As águas dos rios amazônicos, por exemplo, representam somente 8% do sistema hidrológico do bioma. As águas atmosféricas têm esse mesmo percentual de participação.
Falta estudar o oceano subterrâneo descoberto
O conhecimento sobre esse “oceano subterrâneo” ainda é muito escasso. Precisa ser aprimorado tanto para avaliar a possibilidade de uso para abastecimento humano, como para preservá-lo em razão de sua importância.
Aquífero, ou mar subterrâneo, fica em Alter do Chão
Os trabalhos sobre o Aquífero da Amazônia foram iniciados há apenas 10 anos. O estudo indicou que está situado em meio ao cenário de uma das mais belas praias fluviais do país. Ele teria um depósito de água doce subterrânea com volume aproximado de 86,4 trilhões de metros cúbicos. Denominado pelo pesquisador como Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga), ele começou a ser formado a partir do período Cretáceo, há cerca de 135 milhões de anos.
Ainda não se sabe se é água para consumo
Uma das limitações para a utilização da água disponível é a precariedade do conhecimento sobre suas características. Falta obter informações sobre a qualidade da água do reservatório para identificar se é apropriada para o consumo.
Dificuldades no caminho
De acordo com Ingo Daniel Wahnfried, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), um dos principais obstáculos para estudar o Aquífero Amazônia é a complexidade do sistema.
O reservatório é composto por grandes rios, com camadas sedimentares de diferentes profundidades.
Águas permanentemente livres
Diferentemente do Aquífero Guarani, acessível apenas por suas bordas, as áreas do Aquífero Amazônia são permanentemente livres.
No Amazonas 71% dos municípios utilizam água subterrânea
Segundo o pesquisador, a água subterrânea é amplamente distribuída e disponível na Amazônia. No estado do Amazonas 71%, dos 62 municípios, utilizam água subterrânea (não do aquífero) como a principal fonte de abastecimento público. Já, dos 22 municípios do Estado do Acre, quatro são totalmente abastecidos com água subterrânea.
Seria uma ótima notícia se o futuro não fosse ameaçador,digo isso, em relação ao que se aproxima bem rápido, guerras pela água. Somos abençoados, ou um alvo aquífero de extrema importância mundial?
A Tríplice Fronteira já está totalmente monitorada internacionalmente, e a Amazônia, também. Muitas terras da região amazônica já pertencem a estrangeiros; e como será feita a defesa das águas quando chegar a hora que se apressa? O governo brasileiro tem real noção de nossa importância aquífera em relação aos povos do mundo? Nossas águas estão sendo preservadas? Nossas Forças Armadas estão preparadas ou se preparando para uma futura ação de defesa desse recurso que depende a nossa vida?
Enquanto em várias partes do mundo, a água doce está acabando, temos água até demais, e é aí que mora o perigo. Diante da necessidade externa, somos um alvo mais que sedutor, e na hora em que a necessidade externa por água tiver que escolher entre viver ou morrer de sede, vão nos invadir sem dó e nem piedade. Passarão por cima do que for para chegar a fonte de água, que no futuro muito próximo, será a fonte da vida. E matarão quantas vidas forem necessárias que tentarem impedir o acesso. E um copo de água, poderá custar um valor absurdo.
marsemfim.com.br/amazonia-possui-um-verdadeiro-oceano-subterraneo/

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