Venezuela:prepare-se para a guerra. Pentágono evacua o «Médio-Oriente Alargado» e prepara a sua ida para a «Bacia das Caraíbas».
Por Thierry Meyssan - Voltaire.net / Editado p/Cimberley Cáspio
Se a minha análise for exata —e de momento, tudo parece confirmá-la—, é preciso preparar-se para uma guerra não apenas na Venezuela, mas em toda a Bacia das Caraíbas. A Nicarágua e o Haiti estão já desestabilizados.
Esta guerra será imposta a partir do exterior. Ela não já visará derrubar governos de esquerda em proveito de partidos de direita, mesmo que as aparências sejam à partida enganadoras. A lógica dos acontecimentos não fará distinção entre uns e outros. Pouco a pouco, toda a sociedade será ameaçada, sem distinção de ideologia ou de classe social. Identicamente, será impossível aos outros Estados da região manter-se afastados da tempestade. Mesmo aqueles que creem proteger-se servindo de base traseira às operações militares acabarão parcialmente destruídos. Assim, e a imprensa raramente fala disso, cidades inteiras foram arrasadas na região de Qatif, na Arábia Saudita, muito embora este país seja o principal aliado de Washington no «Médio-Oriente Alargado».

Com base nos conflitos dos Grandes Lagos da África e no Médio-Oriente Alargado, esta guerra deverá desenrolar-se por etapas.
Em primeiro lugar, destruir os símbolos do Estado moderno, atacando as estátuas e museus consagrados a Hugo Chávez. Isso não faz vítimas, mas mexe com as representações mentais da população.
Depois encaminhar armas e remunerar combatentes para organizar manifestações que descambarão. A imprensa fornecerá, após um surto de explicações inverificáveis, um rol sobre crimes imputados ao Governo contra os quais manifestantes pacíficos se levantaram. É importante que os policiais acreditem terem sido alvo de disparos da multidão e que a multidão acredite ter sido visada por tiros da polícia porque o objetivo é semear a divisão.
A terceira etapa será montar atentados sangrentos um pouco por todo o lado. Para isso muito poucos homens são necessários, basta ter duas ou três equipes circulando pelo país.
Só então é que será útil enviar para o terreno mercenários estrangeiros. Durante a última guerra, os Estados Unidos enviaram para o Iraque e para a Síria pelo menos 130. 000 estrangeiros, aos quais se juntaram 120. 000 combatentes locais. Tratou-se de exércitos muito numerosos embora mal preparados e treinados.
É possível conseguir defender-se uma vez que a Síria o conseguiu. Várias iniciativas devem ser tomadas com urgência:
Desde logo, por iniciativa do General Jacinto Pérez Arcay e do Presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello, oficiais superiores do Exército venezuelano estudam as novas formas de combate (guerra de 4ª geração). Mas, delegações militares devem ir à Síria para constatar, por si mesmas, como as coisas se passaram.
É muito importante porque estas guerras não se parecem com as precedentes. Por exemplo, mesmo em Damasco a maior parte da cidade está intacta, como se nada se tivesse passado, mas vários bairros estão totalmente devastados, como em Stalingrado após a invasão nazi. Isso pressupõe técnicas de combate particulares.
É essencial estabelecer a unidade nacional de todos os patriotas. O Presidente deve aliar-se à oposição nacional e fazer entrar alguns dos seus líderes para o seu Governo. O problema não é saber se apreciamos ou não o Presidente Maduro: trata-se de lutar sob o seu comando para salvar o país.
O exército deve formar uma milícia popular. Já existe uma na Venezuela, com quase 2 milhões de homens, mas ela não está treinada. Por princípio, os militares não gostam de confiar armas a civis, mas só os civis podem defender o seu bairro, do qual eles conhecem todos os habitantes. – Grandes obras devem ser realizadas para proteger os edifícios do Estado, do exército e dos hospitais.
Tudo isso deve ser feito com urgência. Estas medidas demoram a concretizar e o inimigo já está quase pronto.
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