Perder a soberania, é se transformar em um espetáculo bizarro.


Por Cimberley Cáspio

Perder a soberania e como ser acometido do mal de Alzheimer. Não se lembra mais como se impor pelo direito e pela liberdade diante de desafios sociais e políticos. É determinante; humanamente falando, nunca mais se levanta; nunca mais se liberta.

Desde os tempos antigos, os que se acham com poder e força, tem pelo consciente cotidiano, a exploração e dominação sobre os alvos mais fracos. Fracos na estrutura social e política, fracos na defesa e principalmente na educação cultural, quer dizer, sem sabedoria mesmo.


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Um grupo de “Head-Hunters” filipinos em exposição na Feira Mundial de 1904 em St. Louis. (Jessie Tarbox Beals / Sociedade Histórica de Missouri- foto adquirida do artigo'Esses horríveis zoológicos humanos" que encantaram o público americano na virada do século 20' publicado por Parques de Shoshi, no TIMELINE

Os mais bizarros eram enviados para zoológicos humanos e usados como mercadoria de venda e atrações de entretenimento. 

Perder a soberania, é um grau de bizarrice altíssimo. Perde-se a moral, a dignidade humana e vira alvo de chacota nas reuniões dos grandes e poderosos. Eternamente fora do clube superior.

Para se ter amizade com outras nações e manter um comércio regular, não precisa perder a soberania. É claro que para se ganhar o respeito público internacional, as vezes o preço é alto, caro, mas no caso da Rússia, China e inclusive os EUA, o preço compensou. Diferente dos demais países, em sua maioria pejorativamente denominados países satélites, Rússia, China e EUA, são primados por um respeito internacional, inclusive entre eles. Sem porém poder evitar o ódio alheio, o que é comum por parte de alguns aos soberanos.

Domesticamente ou fora de suas fronteiras, o que os países soberanos fazem ou deixam de fazer, não é o caso em questão, mas sim, que não abrirão mão de sua soberania, nem que seja pagar com isso muito mais sangue do pagaram e ainda continuam pagando. É como se eles dissessem: não paguem pra ver.

Centralizar riquezas e bloquear o acesso ao conhecimento, principalmente de defesa nacional, criando um muro em volta da elite que domina os demais nativos, é uma receita para o desastre vindouro, que pode acontecer a curto ou a médio prazo. Mas vai acontecer. A história tem vários exemplos desse tipo bizarro de comportamento dos que se acham mais poderosos que seus irmãos nacionais. E quando o desastre acontece, muitas das vezes, nem precisa ser por vias externas, pois o ódio interno já será suficiente para alimentar uma revolta e retirar a elite dominante do poder. Elite essa que se quiser continuar a viver a fantasia de que ainda manda no pedaço, terá que se desfazer de muitos bens que serão destinados aos vencedores e viverem como uma espécie de governantes da casa. Na verdade, serviçais de luxo. Se forem mantidos. Agora sob coordenação externa.

Ser soberano é poder usufruir da sua propriedade como quiser e não ter que dar satisfação a ninguém. Comercializar impondo o seu preço. E vender para quem quiser comprar. Receber críticas e ser odiado por alguns. Fazer parte permanente das reuniões do clube dominante global. Não é atacar e nem invadir o direito dos vizinhos, mas ter condições de se defender e contra-atacar se assim for necessário, a ponto do invasor mostrar respeito e não querer tentar outra vez. Mesmo que o preço a pagar por isso seja alto. Mas de qualquer maneira, ficará gravado na memória do invasor e esse pensará duas vezes antes de tentar querer repetir o feito.

Não ser soberano, é ser subserviente e ter que dar satisfação a quem realmente manda. Nada de importância estratégica pode ser planejado ou construído sem o aval do patrão internacional. No clube dos dominantes, se convidado, ser somente um espectador e ficar em silêncio. Não ter parte com a riqueza nacional e não ter poder para impor o próprio preço das commodities. No máximo, é só curtir a fantasia do poder doméstico sobre os nativos. Fantasia, porque, ao perder a soberania, tudo deixa de ser real.

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