O Brasil é Brasília. O resto é o resto. Para alguns, parece ser isso mesmo.

Por Cimberley Cáspio



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Quando  Juscelino Kubitschek  implantou o plano de fazer o Brasil avançar 50 anos em 5 anos, claro que ele não sabia que na verdade iria fazer o Brasil regredir à Idade Média, como chegamos hoje.
Reduziu o Gigante a um Distrito denominado Brasília. Hoje o Brasil é Brasília. O resto é uma fazenda abandonada sob o sistema feudal.

Todos os recursos do brasileiro vão para Brasília; alimentar o ego e o luxo daqueles que desfrutam dos suntuosos gabinetes públicos, e escritórios privados ligados de alguma forma aos castelos e suas filiais.

Quanto as terras da fazenda, essas são administradas por capatazes associados a outros indivíduos obscuros, que tem como objetivo o desenvolvimento pessoal e de suas famílias. E só. Quanto ao resto, bem, o resto é o resto. Estados abandonados, municípios abandonados, caos estrutural e social.

E o povo que sobrevive fora das muralhas de Brasília, é um incômodo necessário que valor nenhum tem. E se nas terras não tiver ouro, diamante, petróleo e afins, o abandono geral então é decretado.  E o povo fora das muralhas de Brasília que conte consigo próprio, quer dizer, que sobreviva por conta própria.

Mas como digo, hoje, ainda no governo Temer, o Brasil é somente Brasília. O grosso do dinheiro excedente segue para os paraísos fiscais, e por que se pensaria distribuir o excedente com o povo da fazenda? Quanto a esses, é determinada por Brasília, apenas uma pequena fração de valor suficiente para ração de campanha em terras tupiniquins, onde o feudalismo age com pressão sobre os que vivem em seu domínio. Vai viver quem tiver que viver; vai morrer quem tiver que morrer; e se cair doente, será atendido se for da boa vontade da nobreza local. Caso contrário, é procurar a rezadeira, e se não encontrá-la, dê adeus a vida.

Fica a pergunta: quem vive em Brasília? Homens ou deuses? Brasília é o Olimpo? Um reino de deuses no centro da fazenda nacional tupiniquim? Parecem seres superiores, com servos e bajuladores à volta, é o que vi em Brasília. Ali, quase todos são doutores. Os demais, são servos diretos e servo dos servos, que são os terceirizados. E é dali que partem todas às decisões para o grande feudo. E afinal de contas, os deuses do Olimpo tupiniquim tão nem aí para o que acontece nas penumbras da grande fazenda; não estão nem um pouco interessado na vida e na morte daqueles que se alimentam da ração de campanha apelidada de bolsa-família, ou, aposentadoria de 1 salário mínimo. E acham que dão muito, pois se souber que o infeliz que sobrevive do bolsa-família arrumou um trabalho, eles cortam o benefício. Salário mínimo então, para o INSS, é como se tivesse pagando um salário de ministro do STF( 39 mil agora com o aumento aprovado pelo Congresso Nacional) para o sobrevivente do feudo. Quer dizer, não querem manter vitalício um benefício de 100 reais de um bolsa-família a um sobrevivente do feudo, mas se dão aumento nababesco de salário no interior do castelo, fora benefícios vitalícios de valores significativos que vão do nascimento  à morte.

Brasília. Ou, ali é o Brasil?

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