Muito mais perdeu o Brasil, do que o Museu Nacional.


Por Cimberley Cáspio


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Foto: Estadão Conteúdo

O Museu Nacional pegou fogo e tudo foi destruído. Não era para acontecer, mas aconteceu. Então, segue a minha opinião:

O Império foi bom para os pobres e os negros? Não. Não foi. E a transição do Império para à República, melhorou para os pobres e os negros? Não. O sofrimento continuou. Que digam as vítimas da seca no nordeste até hoje.

Independente da roubalheira oficial, o melhor tempo em que os pobres e os negros puderam se beneficiar de alguma melhora, foi realmente durante os governos de Lula e Dilma. Porém, esse benefício se transformou em uma armadilha para muitos, pois grande parte caiu na gaiola do SPC e Serasa, além de terem boa parte de seus bens confiscados pelos credores na justiça.

Por outro lado de uma certa forma, o crime organizado também se expandiu pelo país e agora domina praticamente o sistema. E a República está em um leito de morte, preferindo talvez a eutanásia, a se recuperar e ver novamente a face do seu algoz, o seu próprio povo. A Nação vítima do seu próprio povo. E aí, as lembranças ficariam melhor se fossem esquecidas, para sempre. Não há nada para que se orgulhe, tanto no Império, quanto na República.

No passado, uma parte do povo proletário lutou bravamente para erguer a Nação, principalmente nas questões estruturais e educacionais, mas, não poderia fazer sozinha, sem ajuda dos governos. Mas mesmo gerado do povo, quando oficializados, os governos deixavam de governar para à população e passavam à governar para as elites. Sempre assim, como até hoje. E todas as nossas riquezas, que são as nossas energias, foram e continuam indo embora para os EUA e Europa. E cada governo, claro, leva à sua comissão pelo "serviço".

Olhando ao cair da noite as ruas desertas de bairros antes com intensa vida noturna, tanto do Rio de Janeiro, como São Paulo, chego a conclusão que a Nação está morta; e é uma Nação tão rica, que mesmo morta, ainda há muito despojo pra saquear. E até os despojos já foram loteados, região que o pobre nem ousa chegar perto. Não há respeito e misericórdia nem para com o país falecido.  E o sofrimento continua. Então, melhor passar uma pá de cal nas lembranças do Museu Nacional, e torcer para que se recrie uma nova nação.

Sendo assim, as  lembranças do passado não criam orgulho, e sim, sofrimento e vergonha, muita vergonha.

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