Por Globo Rural e Bloomberg - Editado p/Cimberley Cáspio
As autoridades chinesas estão tentando censurar as postagens nas mídias sociais e restringir a divulgação da doença na mídia estatal.
![[Imagem: porco+PSA2.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWVVrIAuKCvi_O95HmlMa6a4nH_XH_zGKa7-dVq1X2OUyiwq6Smy5xqNIpDLQ_uALasWNtiwbm1uAsLGJzUlBeagpEdaNiUuSsxJPPilWBsLaTREJF9iUmB2FP7DMEpacFKt_sv3WV77rM/s320/porco+PSA2.jpg)
O avanço da peste suína africana sobre a China coloca a Ásia em alerta. Só em um mês, a doença foi detectada em 18 propriedades rurais no país, que detém pelo menos metade da produção suína do mundo, com cerca de 500 milhões de cabeças. Casos foram diagnosticados em seis províncias, algumas com mais de mil quilômetros de distância entre si, ressalta a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), nesta sexta-feira (7/9).
A instituição realizou uma audiência para discutir o assunto, em Bangkok, capital da Tailândia. A avaliação é de que situação preocupa não apenas pela questão sanitária em si, mas pelo impacto sobre a cadeia produtiva, especialmente no leste e sudeste da Ásia, onde a carne suína é bastante consumida. E a migração do vírus do território chinês para outros países é dada como praticamente certa por especialistas.
“A peste suína africana foi detectada pela primeira vez no território asiático no ano passado, em uma área da Sibéria, na Rússia. Mas sua chegada à China é uma grande ameaça a essa indústria e à sobrevivência de muitos pequenos produtores rurais ao longo da cadeia produtiva”, diz a instituição.
Não há cura ou vacina contra a doença. A mortalidade dos planteis atingidos pode chegar a 100%, mas não há uma ameaça direta à saúde humana. A área pela qual a peste suína africana está se espalhando e a velocidade com que o movimento vem ocorrendo é o que mais preocupa os especialistas. Juan Lubroth, veterinário chefe da FAO, lembra que o vírus pode sobreviver por semanas, favorecendo seu deslocamento por grandes distâncias.
Os episódios mais perturbadores (e muitas vezes revoltantes) são notórios, de um misterioso surto de doença em 2007 que o governo tentou abafar, à aparição de milhares de porcos mortos em um rio de Xangai em 2013, à descoberta de uma vala comum contendo pelo menos 220 toneladas de carcaças doentes no ano passado.
Regulamentar dezenas de milhões de pequenas fazendas de suínos é quase impossível em um país onde os governos rurais são famosos por fundos e muitas vezes não cumprem os mandatos nacionais. Enquanto isso, longe da vista de Pequim, florescem relações corruptas entre fazendeiros, processadores de alimentos e reguladores. Por exemplo, em 2011, mais de 980 pessoas foram presas quando o estimulante clenbuterol foi encontrado em carne suína produzida localmente. Entre eles estavam agricultores e reguladores que haviam evitado a detecção até que a imprensa na China botasse a boca no trombone.
A falta de transparência de longa data do governo chinês em questões de saúde pública, é uma falha que se instalou na imaginação do público em 2003, durante o surto de SARS, quando as autoridades chinesas ordenaram que os médicos minimizassem a epidemia e escondessem pacientes da Organização Mundial de Saúde. O subterfúgio permitiu que a SARS se espalhasse mais amplamente e, para muitos chineses, prejudicou permanentemente a credibilidade das autoridades de saúde pública.
Quatro anos depois, a escala dessa desconfiança foi demonstrada quando uma infecção mortal conhecida como doença dos porcos de orelha azul começou a destruir os estoques em toda a China. O governo alegou que a doença havia infectado 165 mil dos 500 milhões de porcos da China. Mas quase ninguém acreditou nos números, em parte porque o preço da carne suína disparou 85% em face da escassez nacional. Em Xangai, onde eu morava na época, muitos simplesmente evitavam a carne básica por medo (geralmente expresso em quadros de avisos on-line) de que um problema muito pior estava sendo encoberto.
Infelizmente, o sigilo permaneceu como reação oficial aos problemas mais recentes. Por exemplo, cinco anos depois que 16 mil porcos mortos flutuaram pelo rio Huangpu, em Xangai, o governo ainda não revelou quem ou o que causou a maré repulsiva.
A agência da ONU destaca ainda que está trabalhando em conjunto com o governo da China no desenvolvimento de protocolos e planos de detecção da doença. E durante o encontro na capital tailandesa foi definida a formação de uma rede para, conforme divulgou a FAO, “responder colaborativa e agressivamente às novas ocorrências na região.”
Links: http://www.bloomberg.com/view/articles/2...nd=premium
revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Suinos/noticia/2018/09/avanco-da-peste-suina-africana-preocupa-continente-asiatico.html
As autoridades chinesas estão tentando censurar as postagens nas mídias sociais e restringir a divulgação da doença na mídia estatal.
![[Imagem: porco+PSA2.jpg]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWVVrIAuKCvi_O95HmlMa6a4nH_XH_zGKa7-dVq1X2OUyiwq6Smy5xqNIpDLQ_uALasWNtiwbm1uAsLGJzUlBeagpEdaNiUuSsxJPPilWBsLaTREJF9iUmB2FP7DMEpacFKt_sv3WV77rM/s320/porco+PSA2.jpg)
O avanço da peste suína africana sobre a China coloca a Ásia em alerta. Só em um mês, a doença foi detectada em 18 propriedades rurais no país, que detém pelo menos metade da produção suína do mundo, com cerca de 500 milhões de cabeças. Casos foram diagnosticados em seis províncias, algumas com mais de mil quilômetros de distância entre si, ressalta a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), nesta sexta-feira (7/9).
A instituição realizou uma audiência para discutir o assunto, em Bangkok, capital da Tailândia. A avaliação é de que situação preocupa não apenas pela questão sanitária em si, mas pelo impacto sobre a cadeia produtiva, especialmente no leste e sudeste da Ásia, onde a carne suína é bastante consumida. E a migração do vírus do território chinês para outros países é dada como praticamente certa por especialistas.
“A peste suína africana foi detectada pela primeira vez no território asiático no ano passado, em uma área da Sibéria, na Rússia. Mas sua chegada à China é uma grande ameaça a essa indústria e à sobrevivência de muitos pequenos produtores rurais ao longo da cadeia produtiva”, diz a instituição.
Não há cura ou vacina contra a doença. A mortalidade dos planteis atingidos pode chegar a 100%, mas não há uma ameaça direta à saúde humana. A área pela qual a peste suína africana está se espalhando e a velocidade com que o movimento vem ocorrendo é o que mais preocupa os especialistas. Juan Lubroth, veterinário chefe da FAO, lembra que o vírus pode sobreviver por semanas, favorecendo seu deslocamento por grandes distâncias.
Os episódios mais perturbadores (e muitas vezes revoltantes) são notórios, de um misterioso surto de doença em 2007 que o governo tentou abafar, à aparição de milhares de porcos mortos em um rio de Xangai em 2013, à descoberta de uma vala comum contendo pelo menos 220 toneladas de carcaças doentes no ano passado.
Regulamentar dezenas de milhões de pequenas fazendas de suínos é quase impossível em um país onde os governos rurais são famosos por fundos e muitas vezes não cumprem os mandatos nacionais. Enquanto isso, longe da vista de Pequim, florescem relações corruptas entre fazendeiros, processadores de alimentos e reguladores. Por exemplo, em 2011, mais de 980 pessoas foram presas quando o estimulante clenbuterol foi encontrado em carne suína produzida localmente. Entre eles estavam agricultores e reguladores que haviam evitado a detecção até que a imprensa na China botasse a boca no trombone.
A falta de transparência de longa data do governo chinês em questões de saúde pública, é uma falha que se instalou na imaginação do público em 2003, durante o surto de SARS, quando as autoridades chinesas ordenaram que os médicos minimizassem a epidemia e escondessem pacientes da Organização Mundial de Saúde. O subterfúgio permitiu que a SARS se espalhasse mais amplamente e, para muitos chineses, prejudicou permanentemente a credibilidade das autoridades de saúde pública.
Quatro anos depois, a escala dessa desconfiança foi demonstrada quando uma infecção mortal conhecida como doença dos porcos de orelha azul começou a destruir os estoques em toda a China. O governo alegou que a doença havia infectado 165 mil dos 500 milhões de porcos da China. Mas quase ninguém acreditou nos números, em parte porque o preço da carne suína disparou 85% em face da escassez nacional. Em Xangai, onde eu morava na época, muitos simplesmente evitavam a carne básica por medo (geralmente expresso em quadros de avisos on-line) de que um problema muito pior estava sendo encoberto.
Infelizmente, o sigilo permaneceu como reação oficial aos problemas mais recentes. Por exemplo, cinco anos depois que 16 mil porcos mortos flutuaram pelo rio Huangpu, em Xangai, o governo ainda não revelou quem ou o que causou a maré repulsiva.
A agência da ONU destaca ainda que está trabalhando em conjunto com o governo da China no desenvolvimento de protocolos e planos de detecção da doença. E durante o encontro na capital tailandesa foi definida a formação de uma rede para, conforme divulgou a FAO, “responder colaborativa e agressivamente às novas ocorrências na região.”
Links: http://www.bloomberg.com/view/articles/2...nd=premium
revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Suinos/noticia/2018/09/avanco-da-peste-suina-africana-preocupa-continente-asiatico.html
Comentários
Postar um comentário