Brasil: a hora da xepa.

Por Cimberley Cáspio
Stuart Little
Imagem: Websincloud

O Brasil é um país rico de políticos e suas promessas de campanha. Um país rico de partidos políticos onde para os quais, não faltam verbas vultosas. E também, um país rico de candidatos a cargos políticos.

A infraestrutura e o luxo das instituições públicas e palácios nas capitais, demonstram o poder e riqueza que estimula toda à extravagância atuante pelos membros detentores da autoridade pública no país.

O brasileiro gosta da política e comparece em massa aos comícios; cumprimenta e abraça os candidatos. Há os que não gostam e ficam destacados, mas a maioria gosta e gosta muito.

Mesmo com os problemas de corrupção, haverá eleitor para seguir os candidatos, mesmo aqueles investigados e condenados. O povo gosta da sacanagem. Quem sabe, é o momento certo para arrumar um dinheiro pra terminar o telhado da casa, o muro, ou até mesmo a fossa.

Crise? Que crise? Observe o público que comparece aos shows de diversos artistas. Um número significativo.

Bem, a verdade é que ninguém tem esperança de melhora, e enquanto a coisa não fica pior, o melhor é aproveitar o que ainda se pode aproveitar. De repente estamos na hora da xepa, e muitos já perceberam isso.

A maioria dos votos estão com a população pobre do país que é muito maior do que os votos  dos ricos. E os brasileiros pobres não querem saber de solução a longo prazo, pelo contrário, querem e necessitam que seus problemas sejam resolvidos a curto prazo, ou senão, de imediato. Sobrevivência literalmente.

Venderão seus votos? Os votos não são vendidos no Congresso Nacional a peso de ouro? Por que não farão o mesmo? A sede, a fome e as dívidas não esperam.

Patriotismo? Como exigir patriotismo de um povo em que grande parte estão sofrendo com a falta de tudo, e precisam do básico agora e não amanhã? E patriotismo enche barriga e paga às dividas? 

Faltam muitos itens básicos em várias moradias simples de muitos brasileiros agora, nesse exato momento. E alguém de condição financeira melhor levará o mínimo de subsistência na casa daquele que necessita? No máximo, é o vizinho do lado que vai ajudá-lo, e muitas vezes, tirando também do seu próprio sustento um pouco de sua parte, para auxiliar no socorro do vizinho que está mais necessitado que ele. Não só isso está acontecendo agora no interior como também nas cidades. Tem gente que está cozinhando no álcool por não ter dinheiro para comprar o botijão de gás.

Passou de 63 milhões o número de inadimplentes no SPC e SERASA. Exigir patriotismo dessa gente, como?

O Brasil é um país maravilhoso...Para os ricos, mas para o pobre, é uma guerra diária de muita luta e sacrifício. Arrecada-se trilhões em impostos, mas o pobre não vê um centavo de nada disso em seu favor

Há um apartheid disfarçado nesse país? Claro que sim. Não de racismo, mas sim de classe. O pobre é discriminado, e ser for negro e analfabeto, aí é o inferno. É só ver como são tratados nos hospitais e outras instituições públicas. E se for pobre e doente mental. Pronto. Acabou. Já era.

Mesmo com uma arrecadação de tributos na casa dos trilhões, ainda não é suficiente para melhorar a vida do povo; e mesmo qualquer benefício que ora se faça em favor dos brasileiros mais frágeis, justifica-se por parte do governo um aumento a mais de tributo ou taxa em algum item obrigatório de pagamento como conta de luz, por exemplo.

O Brasil é como uma pipa avoada que caiu no quintal privado do Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, que com sua polícia legislativa, apoiados pelas polícias estaduais e judiciário, que presidente terá saco roxo para romper isso e resgatar à "pipa" de volta?

Se no quadro real, a criança tem dificuldade em resgatar uma pipa de papel avoada caída em um quintal particular, com risco de ser escorraçada pelo dono da propriedade, ou ainda ser mordida por cachorro, imagine uma "pipa de valor como o Brasil"; o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas devolverão apenas por questão patriótica? Conta outra. 



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